sexta-feira, 20 de março de 2009

Deus mudou de lay out

Seria muito irreverente supor que Deus mudou de lay out?
O que há neste ser que ocupa um lugar tão central em nossas existências, sendo que ninguém nunca o viu? Mesmo aqueles que há muito deixaram de senti-lo como um velhinho de barba sentado em um trono celestial, raramente param para elaborar sua relação com Ele. Apenas dão de barato Sua existência, conversam com Ele, esperam e demandam Dele algo.
Perguntados, as respostas vão para: "é um princípio criador", "e uma energia", "é incogniscível"! Há bons verbos para descrever este Deus no verborrágico discurso pós-moderno. Sinais dos tempos, claro? Mas estamos nos devendo uma pesquisa em como de fato ele é visto, ou sentido. É provável - claro, esta é apenas uma hipótese em que creio - que em nossa busca de conexão com o Princípio continuemos projetando a imagem do Grande Pai velhinho e barbudo. Porque é mais fácil, porque materializa o personagem do nosso diálogo? É possível: é difícil conversar com energias...
Mas outra pergunta a se fazer seria: qual o impacto deste fato para a nossa religiosidade? O que continuamos reproduzindo ao desenharmos essa interlocução com os deuses de nossa infância? Se racionalmente deletamos as pueris imagens dos personagens celestiais, mas emocionalmente dialogamos com eles, aonde poderiam estar se dando as transformações que supomos ocorrem no seio de uma nova espiritualidade?
Em uma era em que os grandes discursos faliram, e a fragmentação das verdades alcança também o mundo das crenças religiosas, há uma nova espiritualidade nascendo em uma humanidade que ainda não se deu conta de seu parto.

4 comentários:

  1. Passamos a observar então que esta ´´nova ´´ espiritualidade, ou concepção de espiritualidade que nasce, que vem surgindo é um amadurecimento da humanidade?
    Ja que aos poucos, observando o quanto de nós, de nossas escolhas, de nosso livre arbitrio entregamos nas mãos deste velhinho barbudo, ou mesmo de seres com outras roupagens,percebo que Deus não existe...pelo menos não dessa forma.
    Talvez o Divino seja a troca honesta que temos entre nós seres humanos( ou se humanizando)e espiritualidade seja essa saudavel relação que podemos desenvolver com nossos corpos e o mundo, entre o caos interno se organizando para abraçar outros mundos , seres e formas de vida...
    Q espiritualidade nova é essa?

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  2. muito bom! só não entendi nada.

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  3. A questão é que estamos tentando construir uma nova espiritualidade mergulhados na velha. Para avançarmos,de fato,nessa construção temos que conseguir ir al´rm do discurso do novo que cabe,sem grandes problemas,na nossa porção racional.Só que na hora de praticar o novo nos deparamos com nossa porção emocional,que geralmente é resistente a mudanças porque;ama,gosta acostuma,se apega etc.Em tempos de transição o "duelo" entre razão e emoção esquenta,contudo poucos estão participando de fato. Para aquele que se deu conta, pode ser uma aventura maravilhosa, desde que não tenha medo de conviver e enfrentar as contradições de ser humano.

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  4. alguns poucos estão começando a diluir a imagem do Deus Pai, masculino, entendido como o Princípio, o Fim e o Meio, O Pai O Filho e O Espírito Santo, para voltar à uma concepção que foi e ainda é negada, até porque a maior parte da história ocidental, a partir da Maomé, foi contada por homens que temiam o mistério do mundo feminino, e o pricípio da criação tornou-se unicamente a razão. Que em verdade é a unica concepção que o mundo masculino pode executar de fato: a criação pela razão. Foram inúmeras tentaivas de se explicar o Divino pela razão, de se realizar o Divino pela razão. A concepção que é negada, e é a qual me refiro é a concepção de um princípio divino feminino. Deus-Mãe. E não apenas invertendo o sexo da pessoinha que está sentada no trono, para uma velhina, mas sim invertendo o sentido do raciocínio, na direção de unicamente Ser e Saber-se como criação de Uma Mãe, que tb é o Princípio o Fim e o Meio, da própria Terra, ou seja lá qual for o nome que se dê para isso, chegado quem sabe no ponto de poder parar a humandade de teorizar sobre o que é a Divindade, e quais são suas leis, para apenas Ser e Sentí-la, honrando o princípio fundamental e amoroso com o qual fomos concebibos.

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